Fórum interinstitucional de PCDs vai fomentar a inclusão em Minas Gerais

Solenidade de lançamento do FIA-PCD reuniu mais de 150 pessoas no MPT

Mais de 150 pessoas marcaram presença na solenidade de lançamento do Fórum de Inclusão e Acessibilidade das Pessoas com Deficiência (FIA-PCD), realizada no dia 22 de setembro, em Belo Horizonte. O objetivo do fórum é criar um espaço de diálogo entre empregadores, órgãos públicos e entidades de pessoas com deficiência para assegurar o cumprimento da lei de cotas para pessoas com deficiência (PCDs) e reabilitadas, além de orientar boas práticas de inclusão e acessibilidade.

"Em Minas Gerais, 37 grandes empresas respondem por um déficit de vagas para PCDs que supera 8 mil, ou seja, essas empresas não cumprem a obrigatoriedade de reserva de cota prevista pela Lei 8.213/91. Um dos objetivos da organização do Fórum é alcançarmos juntos uma meta de 50 empresas regularizadas, até 2018", explica a coordenadora regional da Coordigualdade, procuradora do Trabalho Elaine Nassif.

A solenidade de lançamento foi marcada pela diversidade de vozes e perspectivas, abrindo o caminho do diálogo que o Fórum busca trilhar. Elaine Nassif, enfatizou a situação do país no cenário mundial: "o Brasil é um dos países que mais acidenta os trabalhadores no mundo, e o que mais apresenta resistência para empregar pessoas com deficiência e beneficiários reabilitados". A assessora para Inclusão da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social, Rosana Bastos, chamou a atenção para a abordagem gerencial: "não adianta que a inclusão fique apenas a cargo do setor de Recursos Humanos, deve ser o objetivo de empresários, diretores e de toda estrutura organizacional". Já a auditora fiscal Patrícia Siqueira propôs mudança de olhar: "o posto de trabalho é que deve se adequar à pessoa com deficiência, e não a pessoa se adaptar a uma vaga já conformada". A situação dos reabilitados foi lembrada pela representante do INSS Taís Rangel: "muitas empresas tratam da reabilitação de seus segurados como inviável. Esse público existe e precisa ser integrado às vagas de emprego, é muito importante que parcerias como a do FIA-PCD sejam estabelecidas", conclui.

As entidades especializadas em inclusão conhecem a realidade de perto e destacaram a importância do compromisso coletivo em relação ao tema: "a responsabilidade é de todos. O emprego já é lei. Queremos dignidade. Postos de trabalho que condigam com nossas condições de desenvolvimento de talentos e habilidades", defendeu Eliane Vieira da Vetor Inclusão. "Queremos apoiar mais as empresas para que os dois consigam mudar essa situação. Que as empresas possam trabalhar com a inclusão para fazer a coisa acontecer de fato e efetivar vagas de trabalho e dignidade às PCDs", disse o representante da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos de Minas Gerais (Feneis), Igor Valério Rodrigues.

As empresas destacaram a importância do Fórum e pontuaram as dificuldades que enfrentam: "o Fórum proporciona o diálogo e os debates. Às vezes estamos tão absortos nas questões burocráticas e números, que ignoramos que é preciso colocar a questão da inclusão e acessibilidade de forma mais direta e pessoal", disse a representante da Rodoban, Bruna Rocha Ferreira. "É necessário pensar as peculiaridades das empresas e dificuldade de obter PCDs para trabalhar, já que um ramo de informática teria mais facilidade de conseguir funcionários, enquanto uma empresa da construção civil não", defendeu o advogado Alexandre de Morais Souza.

As reuniões do Fórum serão realizadas na Sede do Ministério Público do Trabalho, que fica na rua Bernardo Guimarães, 1615. Podem integrar o FIA-PCD quaisquer entidades compromissadas com a inclusão e acessibilidade de Pessoas com Deficiência.

Números no Brasil e em Minas Gerais - Cerca de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, de acordo com o Censo 2010 (IBGE), o que corresponde a 24% da população. Em Minas Gerais, são 4.432.456 pessoas. Apenas 23% dos 86,6 milhões de postos de trabalho ocupados no Brasil, estão preenchidos por pessoas com deficiência. Os dados são da Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

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