Três fazendas de café no Sul Minas foram flagradas submetendo 63 pessoas a trabalho análogo ao de escravo

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Operação realizada nas cidades de Boa Esperança e Ilicínea durou de 13 a 20 de julho

Pouso Alegre (MG) - Um grupo de 63 trabalhadores foi resgatado em condições análogas à de escravos em três fazendas no Sul de Minas Gerais, durante operação de combate ao trabalho escravo em lavouras de café, realizada de 13 a 20 de julho. Entre os trabalhadores, estava um adolescente de 16 anos. A operação conjunta mobilizou equipes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Auditoria Fiscal de Trabalho (AFT) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Dentre os resultados imediatos da operação estão a quitação das verbas rescisórias pelos empregadores, que totalizaram R$ 396.805,12, e a emissão de 63 Guias de Seguro Desemprego para as vítimas, em três parcelas que poderão ser sacadas a partir de 27 de julho. O custeio das despesas de retorno às cidades de origem no Estado da Bahia também foi assegurado.

Perante o Ministério Público do Trabalho, os três empregadores firmaram Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) assumindo obrigações de fazer e não fazer que colocam fim à prática da exploração de trabalho análogo ao de escravo nas fazendas. Os TACs também fixam indenizações a título de dano moral coletivo que somam R$ 90 mil, descreve o procurador do Trabalho que atuou na operação, Mateus Biondi.

resgate 63 trabalhadores julho 2021
resgate 63 trabalhadores julho 2021

Entenda o caso - Os trabalhadores foram aliciados no Estado da Bahia e estavam submetidos à jornada exaustiva e condições degradantes em três fazendas produtoras de café: no município de Boa Esperança (MG) foram resgatados 30 trabalhadores; no município de Ilicínea (MG), foram resgatados nove e 24 respectivamente, em duas fazendas.

A condição degradante ficou caracterizada pelo não fornecimento de instalações sanitárias nas frentes de trabalho, o que obrigada as pessoas a fazerem suas necessidades no mato; ausência de infraestrutura adequada para as refeições; não fornecimento de equipamentos de proteção individual. Nos alojamentos, as condições também eram inadequadas, detalhou a equipe de fiscalização. "Os trabalhadores também não tinham registro em carteira e não estavam recebendo salários", enfatizaram. Já o aliciamento caracterizou-se pela retirada dos trabalhadores de suas cidades de origem, sem o prévio registro em carteira e com cobrança de despesas com transporte e alimentação", detalhou a equipe de fiscalização.

Confira todas as fotos da operação: https://google.fotos.br

Quer saber mais sobre o combate ao trabalho escravo no Brasil?

Visite os sites do Observatório do Trabalho Escravo Radar do Trabalho Escravo do Secretaria de  Inspeção do Trabalho (SIT).

Quer denunciar situação de trabalho em condições análogas às de escravo?

Acesse o site do MPT-MG ou o site da SIT. Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas, de forma remota e sigilosa, no Sistema Ipê.

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