Memória: 70 anos é tempo de…
Conhecer nossa história: 1943-1965
Por Gladys Carla
O mês de maio é icônico para o trabalho.Tanto a Justiça do Trabalho quanto o Ministério Público do Trabalho e a CLT tiveram seus principais atos constituídos nesse mês, data também comemorativa da Encíclica Papal Rerum Novarum, a Carta Magna da Justiça Social.
A Procuradoria Regional do Trabalho da Terceira Região foi criada em 1939, pelo Decreto-Lei de Getúlio Vargas nº 1.237, de 2 de maio, com natureza administrativa e no âmbito do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Foi instalada em maio de 1941, com abrangência em Minas e Goiás. O Decreto criador previa três instâncias: Conselho Nacional do Trabalho, com funcionamento semelhantemente ao do atual TST, os Conselhos Regionais, divididos em oito Regiões, e as Juntas de Conciliação.
A Procuradoria, originária do Departamento Nacional do Trabalho, foi criada como órgão de coordenação entre a Justiça do Trabalho e o Ministério do Trabalho Indústria e Comércio (MTIC), e com novo quadro de pessoal: oficiava nos processos, participava das sessões do Conselho Regional, fazia diligências, promovia a execução e recorria. Ives Gandra Martins Filho aponta que o papel principal da Procuradoria seria o de "quebrar" a inércia do Judiciário, emitir parecer em conflitos coletivos do trabalho nos casos de greve, além de funcionar como órgão consultivo do MTIC em assuntos trabalhistas, sendo possível vislumbrar aí o futuro Ministério Público do Trabalho.
Nesse edifício a Procuradoria funcionou com Gilberto Sobral Barcelos, como procurador Regional e com o procurador adjunto interino, Elmar Wilson de Aguiar Campos. Possuía dois escriturários e um extranumerário mensalista. Rolando Noronha, escriturário e Carmem Margarida, todos do quadro do MTIC.
Enquanto o mundo assistia o desenrolar da Segunda Guerra, a Justiça do Trabalho, criada com o objetivo de substituir a Justiça Administrativa de 1932, esforçava-se pela consolidação da legislação laboral. A iniciativa partiu do Ministério do Trabalho com comissão presidida por Oscar Saraiva, que deixou a tarefa com quatro procuradores do Trabalho: Arnaldo Süssekind, Rego Monteiro, Segadas Vianna. Pronto, o texto foi decretado por Getúlio Vargas, em primeiro de maio de 1943, Dia do Trabalho.
Em Minas Gerais, entre a instalação da Justiça do Trabalho em 1941 e a ocupação de uma sede administrativa independente [1960], e sede própria em 1966, o MPT ocupou espaços junto ao Conselho Regional do Trabalho. Em 1941, funcionou na Av. João Pinheiro, primeira sede da JT. Após, em 1943, mudou-se para o segundo andar, na rua Tupinambás, 627. Em 1960, no Edifício Helena Passig na Praça Sete, até adquirir salas no Edifício Minas Gerais, na Rua São Paulo.