ESMPU conclui segunda turma de curso para conselheiros tutelares

Treinamento procurou fazer com que esses profissionais refletissem sobre o papel dos conselheiros tutelares no enfrentamento do trabalho infantil

A Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) concluiu as atividades da segunda turma do curso a distância "O Conselho Tutelar no combate ao trabalho infantil", voltada para conselheiros tutelares de todo o país. O treinamento procurou fazer com que esses profissionais refletissem sobre o papel dos conselheiros tutelares no enfrentamento do trabalho infantil, buscando construir propostas de atuação articulada e em rede.

Realizada em parceria com a ONG Cidade Escola Aprendiz, em projeto de iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo, a atividade já capacitou 675 conselheiros (427 na primeira turma e 248 na segunda). Este é o primeiro curso em EaD realizado pela ESMPU direcionado ao público externo, permitindo um diálogo maior entre o Ministério Público, a sociedade e os órgãos que integram a rede de proteção da criança e do adolescente.

Para a procuradora do Trabalho e orientadora pedagógica do curso Elisiane Santos, o ensino a distância possibilita conhecer melhor a realidade de trabalho dos conselheiros tutelares nas diferentes localidades do Brasil, construindo de forma dinâmica e participativa estratégias no enfrentamento ao trabalho infantil. "É muito gratificante, ao final, perceber que as discussões ao longo do curso proporcionaram novos olhares e também motivação para uma atuação firme, planejada e integrada com outros órgãos e o MPT. O curso possibilita também interação entre os próprios participantes, construindo, assim um sentimento de pertencimento e fortalecimento do Conselho Tutelar", analisou.

Com 60 horas-aula entre leituras, fóruns de discussão, vídeo-aulas, atividades interativas, nesta segunda turma, os alunos produziram dissertações falando sobre a realidade do trabalho infantil e os problemas enfrentados pelos Conselhos Tutelares em sua cidade.

Avaliações - Para a conselheira Cícera Alves dos Santos, o curso ajudou a aprofundar o assunto sobre o trabalho infantil e assim atuar de forma mais eficaz no município de origem. "Infelizmente, está entranhado na mente das pessoas que o trabalho é uma coisa boa, mesmo quando ele é oferecido em idade inapropriada. Agora podemos melhorar nosso discurso e falar, com convicção e bons argumentos, que o trabalho infantil é uma violação aos direitos das crianças e adolescentes e que queimar etapas é nocivo ao desenvolvimento físico, psicológico e moral dos pequenos", ressaltou.

Aluno da primeira turma, o conselheiro tutelar Djan Moreira, que quando criança foi vítima de trabalho infantil, afirmou que a prática "rouba a infância, a adolescência, o presente e o futuro da nação". "Com o curso, os participantes puderam sair do senso comum. Aqui em Teresina, por exemplo, o trabalho infantil é visível. A partir do treinamento, sugerimos ao CREAS LESTE um estudo de caso com alguns atores da Rede de Proteção e estamos discutindo com outros órgãos a elaboração de um fluxo de atendimento a meninos e meninas, vítimas de trabalho infantil", comentou.

Outro participante que narrou sua experiência foi Osaí dos Santos Pereira de Sousa, a qual considerou muito rica e recomendou que seja acessível a toda a sociedade. "A sociedade de um modo geral ainda hoje tem a concepção de que o trabalho infantil não prejudica nossas crianças e nossos adolescentes, carregando ainda uma cultura de exploração e colonização. Podemos mudar essa realidade, a começar por nós mesmos. Não podemos aceitar a exploração do trabalho infantil em nossa comunidade e no nosso dia a dia".

Prêmio CNMP - A primeira turma do curso "O Conselho Tutelar no combate ao trabalho infantil" aconteceu em janeiro do ano passado. Foram quase dois mil inscritos para 500 vagas. A iniciativa conquistou o primeiro lugar no Prêmio CNMP 2017, na categoria Comunicação e Relacionamento. A segunda turma do curso, recém-encerrada, foi aberta em outubro de 2017.

Certificados - Os certificados dos participantes que concluíram essa atividade serão disponibilizados para impressão no prazo de 45 dias, a contar da data de encerramento do curso e após o preenchimento da Avaliação de Reação e da Avaliação de Impacto. As chamadas para essas avaliações são encaminhadas para o e-mail do aluno cadastrado no sistema da ESMPU.

Fonte: Ascom/ESMPU

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