Operação na região de Teófilo Otoni resulta na assinatura de dois TACs perante o MPT-MG
Condições de trabalho em fazendas de gado e madeireira serão adequadas pelos empregadores
Teófilo Otoni - Dois empregadores fiscalizados durante operação realizada de 16 a 20 de maio na região de Teófilo Otoni, Norte de Minas Gerais, firmaram termo de ajustamento de conduta (TAC) perante o Ministério Público do Trabalho (MPT-MG), assumindo compromissos que vão assegurar a regularização de contratos, bem como condições sanitárias e de conforto adequadas dos alojamentos e das estruturas nas frentes de trabalho.
Para um lavrador que presta serviço no local há 18 anos, sem registro em carteira desde então e que estava alojado indevidamente em moradia precária, restou assegurado no TAC o pagamento de uma indenização mínima por dano moral individual para reparar a lesão a seus direito. O empregador irá lhe pagar uma indenização no valor de R$ 50 mil que poderá ser em espécie ou mediante a doação de uma casa residencial no município de Novo Cruzeiro. Até 15 de outubro de 2022, o empregador deverá comprovar o cumprimento dessa obrigação perante o MPT, sob pena de multa de 50% do valor ajustado.
"O pagamento dessa indenização, fixada no TAC, não impede a cobrança pelo empregado das verbas trabalhistas devidas diante do contrato de trabalho mantido, como férias, 13º salário, diferenças salariais etc., inclusive eventual diferença a título de indenização por dano moral individual, servindo a presente como reparação mínima", ressalvou a procuradora Melina Fiorini e Schulze que participou da ação e firmou o termo. Ainda, segundo a procuradora, houve, em audiência administrativa realizada na Procuradoria do Município de Teófilo Otoni, MG, "recomendação formal para o pagamento das verbas trabalhistas devidas ao empregado, sob pena da lavratura de autos de infração pela Gerência REgional do Trabalho, caso o empregador desconsidere a notificação recebida para tanto durante a ação fiscal.
Em ambos os casos, a multa por descumprimento das obrigações assumidas nos TACs será no valor de R$ 2 mil por item descumprido, com acréscimo de R$ 500,00 por cada trabalhador que venha a ser encontrado em situação irregular e a cada constatação, explica a procuradora do Trabalho Melina Fiorini e Schulze.
A operação ocorreu entre os dias 16 a 20 de maio, na cidade de Novo Cruzeiro, região Norte de Minas Gerais, contando com a atuação da procuradora e dois servidores do MPT-MG, de auditores fiscais do Trabalho e de agentes da Polícia Federal. Apesar da gravidade das infrações apuradas, em nenhum dos casos foi caracterizada a submissão de trabalhadores a condição análoga à de escravos, relata a procuradora do MPT.
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