Operação resgata 57 trabalhadores em Ibiraci
Em instalações sujas e superlotadas, lavradores eram submetidos a condições degradantes de trabalho
Uberlândia: Em operação conjunta, procuradores do Ministério Público do Trabalho e fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE/MG) resgataram 57 trabalhadores de situação semelhante à escravidão, em três fazendas de café, localizadas no município de Ibiraci, região oeste do estado.
A operação de resgate resultou no pagamento de um montante de R$ 407 mil em verbas rescisórias e dano moral aos trabalhadores resgatados. Cerca de 100 autos de infração foram emitidos contra as propriedades rurais.
A ação, realizada com apoio da Polícia Federal, começou no dia 21 de julho e foi encerrada na última sexta-feira (1º). Uma das fazendas autuadas é reincidente nessa prática criminosa e têm nome inscrito na lista suja do trabalho escravo, mantida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
De acordo com o coordenador da ação, o auditor Fiscal do Trabalho, Marcelo Campos, os trabalhadores, dentre eles sete menores de idade, foram aliciados nos municípios de Anagé e Brumado, na Bahia por Gatos (intermediadores de mão-de-obra) com promessas de bons salários. No entanto, no local, os fiscais flagraram os safristas laborando em péssimas condições de trabalho e de vida.
"Além da falta de registro nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS), os fazendeiros não disponibilizavam nas frentes de trabalho de camas, sanitários, locais para refeições e água potável nem Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como chapéu, luvas, botina, dentre outros", afirmou.
Para agravar a situação, o local estava superlotado e não oferecia as mínimas condições de moradia, higiene e segurança. "As vítimas estavam alojadas em locais sem condições de habitabilidade, totalmente sujos, com botijões de gás nos quartos e moradia coletiva de família, no caso das duas últimas fazendas", ressaltou Campos.