Operação conjunta flagra trabalho escravo em fazenda de café no Sul de Minas

Varginha - Uma força-tarefa resgatou, na última semana, 13 pessoas que se encontravam em situação análoga à de escravo em uma fazenda no município de Machado, no Sul de Minas Gerais. Os trabalhadores foram contratados irregularmente há cerca de dois meses para colheita de café e exerciam a atividade sem qualquer tipo de proteção legal e expostos ao contágio da Covid-19, segundo a procuradora do Trabalho que participou do resgate, Letícia Moura Passos Soares.

"O alojamento onde os trabalhadores dormiam não apresentava as mínimas condições de higiene e conforto, com colchões de espuma e comida espalhada no chão, fiação exposta, muita sujeira e outras situações de precariedade", relatou a procuradora do MPT. Além disso, nas frentes de trabalho, não havia banheiros e local adequado para as refeições.

Os trabalhadores disseram aos integrantes da força-tarefa que tiveram o salário retido pelo proprietário da fazenda, que deixou de fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) ao grupo. Entre outras irregularidades, o empregador não orientou os trabalhadores quanto aos procedimentos de proteção e prevenção do novo coronavírus, como distanciamento e disponibilização de álcool em gel e máscara.

O alojamento utilizado pelos trabalhadores resgatados foi interditado e eles foram encaminhados pelo fazendeiro para um hotel em Machado. O grupo recebeu as verbas rescisórias e as guias acesso às três parcelas do Seguro-Desemprego e, em seguida, retornaram para o município de José Gonçalves de Minas, localizado no Norte do estado.

Além do Ministério Público do Trabalho, participaram da força-tarefa auditores-fiscais do Trabalho e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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