Memória: 70 anos é tempo de…

Resgatar memórias: Elson Bouças Loureiro

Em 1982 troquei meu emprego de estoquista de farmárcia, com jornada de segunda a sábado, às vezes até domingos e feriados, pelo trabalho na Procuradoria. O salário não era grandes coisas, mas a conquista foi importante, afinal era um cargo público. Fui aprovado no concurso do Dasp – Departamento Administrativo do Serviço Público, órgão do Governo Federal responsável pela contratação dos servidores.

Marcos Theóphilo trabalhou no MPT de 1974 até 1994. Foi chefe da Seção Processual e da Seção de Apoio Administrativo. Destacou-se à frente de diversas comissões de concursos.
Marcos Theóphilo trabalhou no MPT de 1974 até 1994. Foi chefe da Seção Processual e da Seção de Apoio Administrativo. Destacou-se à frente de diversas comissões de concursos.
Elson Bouças
Elson Bouças
A Procuradoria funcionava na rua São Paulo, perto da Galeria do Ouvidor, com estrutura bem modesta. O procurador-chefe era o Édson Cardoso e o Rodolfo Cabral era o secretário regional. Comecei trabalhando com o Marcos Theófhilo, de quem tenho ótimas lembranças.

Em meio à precariedade de recursos e pessoal, o relacionamento fazia a diferença. Internamente éramos como uma família, todos unidos, amigos. Com o público externo também tínhamos uma rotina diferente. Os processos não eram números, eram histórias cujos personagens muitas vezes chegávamos a conhecer. Eles vinham saber notícias, contavam suas histórias e muitas vezes, em situações graves, o procurador chefe autorizava dar prioridade ao caso. Esse trabalho mais próximo com as pessoas é muito gratificante.

Mudei de emprego, mas a rotina de controlar estoques continou. Desde então nunca me desliguei das atividades na Divisão Processual, trabalho que sempre gostei. Naquela época, teconologia de ponta eram as máquinas manuais de datilografia e o aparelho de telex, por meio do qual fazíamos todas as comunicações oficiais com Brasília. Em 1990, a Procuradoria foi modernizada, com máquinas elétricas IBM herdadas do Instituto Brasileiro do Açúcar e Álcool, que estava sendo extinto.

Na copa, o cafezinho tem tinha história a parte. Tínhamos uma cafeteira que nós mesmos operávamos, dividindo inclusive o custo do pó. A receitinha ficava afixada na parede para manter o padrão.

Hoje, meu trabalho mudou porque eu estou mais ligado com a parte de arquivo. Então, o contato é mais com o público interno. Mas eu continuo gostando do serviço que eu faço.

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