Memória: 70 anos é tempo de…
Resgatar memórias: Elson Bouças Loureiro
Em 1982 troquei meu emprego de estoquista de farmárcia, com jornada de segunda a sábado, às vezes até domingos e feriados, pelo trabalho na Procuradoria. O salário não era grandes coisas, mas a conquista foi importante, afinal era um cargo público. Fui aprovado no concurso do Dasp – Departamento Administrativo do Serviço Público, órgão do Governo Federal responsável pela contratação dos servidores.
Em meio à precariedade de recursos e pessoal, o relacionamento fazia a diferença. Internamente éramos como uma família, todos unidos, amigos. Com o público externo também tínhamos uma rotina diferente. Os processos não eram números, eram histórias cujos personagens muitas vezes chegávamos a conhecer. Eles vinham saber notícias, contavam suas histórias e muitas vezes, em situações graves, o procurador chefe autorizava dar prioridade ao caso. Esse trabalho mais próximo com as pessoas é muito gratificante.
Mudei de emprego, mas a rotina de controlar estoques continou. Desde então nunca me desliguei das atividades na Divisão Processual, trabalho que sempre gostei. Naquela época, teconologia de ponta eram as máquinas manuais de datilografia e o aparelho de telex, por meio do qual fazíamos todas as comunicações oficiais com Brasília. Em 1990, a Procuradoria foi modernizada, com máquinas elétricas IBM herdadas do Instituto Brasileiro do Açúcar e Álcool, que estava sendo extinto.
Na copa, o cafezinho tem tinha história a parte. Tínhamos uma cafeteira que nós mesmos operávamos, dividindo inclusive o custo do pó. A receitinha ficava afixada na parede para manter o padrão.
Hoje, meu trabalho mudou porque eu estou mais ligado com a parte de arquivo. Então, o contato é mais com o público interno. Mas eu continuo gostando do serviço que eu faço.