Memória: 70 anos é tempo de…
Resgatar memórias: procuradora Maria Amélia Bracks Duarte
Esse Senhor de 70 anos – o MPT – tem a robustez e a coragem de um jovem: é determinado, moderno, humanista, com olhos no presente e no futuro. Nascido em 1941, no auge da Segunda Guerra Mundial, não titubeou em enfrentar trincheiras, mas hasteando a bandeira da paz, preservando o legítimo direito dos trabalhadores. No limiar da sua maturidade institucional, com verdadeira vocação de defensor do interesse público, não se acomodou com tantos desafios, não se intimidou com o inimigo; nunca poupou munição contra as fraudes na relação do trabalho; contra a discriminação, o trabalho infantil, o trabalho escravo, defendendo o meio ambiente saudável e a dignidade do trabalho humano.
Poucos meses depois do divisor estabelecido pela LC 75/93, às vésperas do Natal de 1993, fui empossada no MPT. Éramos poucos procuradores, então. Mas, muitas dúvidas com relação à abrangência da lei: sendo a Justiça do Trabalho competente, a ação seria julgada pelas Varas do Trabalho ou originariamente pelo TRT? Meio ambiente do trabalho seria defendido pelo MPT ou pelo Ministério Público Estadual? Lembro-me, com carinho, da colega e amiga Maria de Lourdes Queiroz, uma das precursoras das ações públicas, em Minas e no Brasil, e que, com ousadia, ajuizou uma ACP, em Juiz de Fora, defendendo o meio ambiente dos bancários. Essa ação pioneira teve solução favorável aos trabalhadores, depois de um longo caminho até o STF. Tudo era novo e desconhecido.
70 anos é tempo de homenagens ao MPT, que encontra a sua maturidade no ideário da construção de um futuro mais justo para o trabalhador, promovendo a justiça social.