Falta de segurança no trabalho foi o tema mais denunciado ao MPT em 2019
O estado foi sede do acidente de trabalho com o maior número de mortos da história do Brasil
No dia 25 de janeiro de 2019, 270 pessoas saíram de suas casas para o trabalho na Mina de Córrego do Feijão em Brumadinho e nunca mais voltaram. A extensão da tragédia comoveu o mundo e acendeu o alerta para o tema mais enfrentado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e por outros órgãos de fiscalização, que são as condições de saúde e segurança. Até 2017, era o tema que ocupava o segundo lugar em número de inquéritos abertos, atrás somente das irregularidades em contratos de trabalho, como controle de jornada e atrasos em pagamento. A partir de 2018, o cenário mudou. Do total de 2.613 inquéritos abertos em 2019, 1009 (38%) continham denúncias sobre irregularidades no meio ambiente de trabalho, enquanto questões relativas a contrato caíram para o segundo lugar, sendo recorrentes em 897 inquéritos.
"Esses dados nos alertam para os prejuízos que retrocessos na atenção com a saúde e segurança no ambiente de trabalho podem implicar", avalia o procurador-chefe do MPT em Minas, Arlélio de Carvalho Lage.
O tema Meio Ambiente de Trabalho contempla irregularidades que podem dar causa a doenças e acidentes de trabalho, como situação inseguras, exposição a ruído, poeira, condições ergonômicas. Neste mesmo rol também estão as denúncias sobre ausência de programas de segurança, de Cipa e omissões nas comunicações de acidentes (CATs).
Acidentes de trabalho devem ser comunicados ao INSS, mas, o índice de subnotificação altera a realidade no país. Mas, afinal qual a implicação pode ter, por exemplo, a não comunicação de um acidente de trabalho, por parte de uma empresa? "A não emissão da CAT influencia diretamente o espelho que a história pode nos dar da evolução ou involução sobre o tema. Do ponto de vista social, se não conhecemos a realidade, não podemos alterá-la. Na perspectiva individual, podemos ter trabalhadores que não tiveram seu direito de afastamento assegurado, as empresas que mais geram doenças e acidentes acabam não sendo tributadas por esse custo".
Com 897 inquéritos abertos em 2019, o tema que engloba irregularidades relacionadas com o não cumprimento efetivo do contrato de trabalho, ocupa o segundo lugar em recorrência, em Minas Gerais. Nas mais de 897 investigações abertas estão denúncias relacionadas com jornada de trabalho, como excesso de horas extras e não anotação de jornada extra cumprida por empregados. Na sequência do tema jornada temos um possível indicativo de movimento em direção à informalidade, com denúncias de não anotação de contrato de trabalho em carteira, atrasos no pagamento de salários e irregularidades na concessão de intervalos intra e interjonada.
Ao longo do ano de 2019, o MPT publicou diversas análises técnicas alertando sobre mudanças em programas de controle médico ocupacional, normas regulamentadores, burla a convenções internacionais, por meio dos quais, expõem os riscos da flexibilização irresponsável de medidas de saúde e segurança no trabalho.
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