Campanha promove cultura de prevenção de acidentes do trabalho

Intitulada "Juntos por um ambiente de trabalho seguro e saudável", iniciativa vai até agosto e aborda temas relativos diversos setores econômicos

Brasília – Conscientizar empregadores e empregados sobre a importância de adotar medidas de segurança adequadas no ambiente de trabalho. Esse é o objetivo da campanha "Juntos por um Ambiente de Trabalho Seguro e Saudável", que teve início neste mês e vai até agosto. Realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a iniciativa reúne material de divulgação sobre diversos setores econômicos incluindo vídeos de animação, cards para as redes sociais, cartazes, infográficos e documentários.

A campanha terá um tema principal para cada mês. Em janeiro, vai abordar o tema "Prevenção de Riscos Psicossociais no Ambiente de Trabalho". Dados do Relatório Mundial de Saúde Mental (2022) da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que 15% dos adultos em idade ativa enfrentam transtornos mentais, que podem ser intensificados por fatores como discriminação e assédio no ambiente de trabalho. Além disso, estimativas apontam que a depressão e a ansiedade geram 12 bilhões de dias de trabalho perdidos anualmente, custando quase US$ 1 trilhão à economia global.

De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, entre 2012 e 2022 foram comunicados 6,7 milhões acidentes do trabalho que resultaram em 25,5 mil mortes em empregos com carteira assinada. As informações se baseiam em comunicações de acidentes do trabalho (CAT) ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e não levam em conta o alto índice de subnotificações.

Segundo a subprocuradora-geral do Trabalho Cristina Brasiliano, idealizadora da campanha, o foco é mostrar os impactos positivos tanto para o trabalhador quanto para o empregador. "Podemos citar várias razões para o Brasil estar no topo dos países mais perigosos para se trabalhar. Podemos destacar a deseducação do trabalhador brasileiro no uso de equipamento de proteção individual e o desinteresse do empresário em investir em um ambiente laboral saudável e seguro. Às vezes, um empresário acredita que pagar indenização por danos morais coletivos saia mais barato do que investir na educação do trabalhador, afirmou.

Além disso, Cristina Brasiliano aponta que a precarização do trabalho e a jornada laboral excessiva contribuem para o aumento de acidentes do trabalho uma vez que geram sobrecarga física e mental durante o desempenho das atividades.

Para a coordenadora nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho e da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Codemat), Cirlene Zimmermann, fomentar e difundir a cultura da saúde e da segurança no trabalho é uma atuação prioritária para o MPT. "Precisamos conscientizar as empresas e as pessoas que trabalham sobre a importância e a necessidade do trabalho não adoecer, não acidentar, não incapacitar e não matar e sobre os meios de identificar, avaliar e prevenir os riscos decorrentes dos processos e condições e da organização e do meio ambiente do trabalho", disse.

No site da campanha, é possível acessar e baixar o conteúdo produzido para que empresas e organizações possam aderir à campanha.

 

Fonte: Site da PGT

 

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