MPT promove workshop para fomentar a inclusão de PCDs no mercado de trabalho

Empresas que já cumprem a cota da Lei 8.213/91 compartilharam suas experiências

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"É toda a organização se movimentando para atingir isso". "É buscar parcerias, quebrar paradigmas". É dar oportunidades iguais a pessoas diferentes"... Esses e outros inúmeros caminhos foram apontados por representantes de 43 empresas, durante workshop promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (21), Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.

Para a organizadora do evento, a procuradora do Trabalho Elaine Nassif, não há barreiras que impeçam a contratação de pessoas com deficiência ou reabilitadas: "A prática tem nos revelado soluções inéditas, construídas a partir da decisão da empresa de tornar-se inclusiva. Vimos isso hoje aqui no MPT refletido nos depoimentos de representantes de diversos setores da economia: Frigoríficos, hospitais, indústrias de máquinas, empresas de alimentação, construção civil, mineração, telecomunicações, transportes".

"No início achamos que seria impossível contratar PCDs para trabalhar no ambiente de alto risco que é o de um frigorífico. Hoje temos 55 PCDs, sendo 20 deficientes mentais", relatou o representante de um frigorífico que tem mais de mil funcionários.

A parceria com o Sistema S tem ajudado muitas empresas a desenvolver projetos de inclusão. Um dos hospitais de Belo Horizonte contou com a assessoria do Senac e hoje tem hoje 86 PCDs em diversas funções. "É muito importante abrir esse espaço para as pessoas com deficiência, pois queremos ser mais independentes, poder fazer compras com nosso dinheiro", relata Maria de Lourdes, deficiente visual que trabalha na rouparia do hospital e diz sentir apoiada e acolhida por todos os colegas do setor. Esse mesma perspectiva motiva o representante de uma empresa da cidade de Bambui: "É gratificante vê-los na praça consumindo. É dignidade para eles e engrandece a empresa".

"Quando ouvi de uma deficiente visual no momento da contratação - 'você me tirou da escuridão' - senti o tamanho da responsabilidade que as empresas têm de trazer essas pessoas para uma nova realidade", disse o representante do setor de Recursos Humanos de uma fundação hospitalar.

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Nosso diferencial foi o engajamento dos líderes da empresa, que suprimiram a visão discriminatória e ajudaram no trabalho de conscientização. O caminho ainda é árduo pois há muitas dificuldades que enfrentamos, todavia, buscamos percorrer com leveza, conscientes do papel social que estamos fazendo", relatou a representante de uma empresa de engenharia.

Uma outra empresa de engenharia disse que começaram o processo de inclusão olhando para dentro: Fizemos um estudo e vimos que muitos profissionais já se enquadravam nas exigências da lei de cotas. "Hoje temos PCDs com mais de 10 anos de empresa, que já construíram carreira e ocupam cargos de chefia, inclusive", disse a diretora de RH da empresa.

O desembargador do Trabalho Anemar Pereira Amaral gostou depoimentos que ouviu: "Fiquei surpreso com o número de empresas presentes e com o número grande de pessoas que foram contratadas além de cotas. Isso mostra que é uma atuação necessária e republicana, pois demonstra que as empresas estão fazendo algo além do dever legal. Isso contribui para que a categoria de pessoas com deficiência alcance a plenitude de seus direitos".

O Workshop sobre inclusão de pessoas com deficiência e reabilitadas no mercado de trabalho foi realizado no "Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência" e integra a programação da 21ª Semana da Pessoa com Deficiência em Belo Horizonte.

A mesa diretora foi composta pela procuradora do trabalho e organizadora do evento Elaine Nassif; o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho Anemar Pereira Amaral; a procuradora do Trabalho e gerente nacional do projeto Inclusão Legal, Silvia Bernardes Rossi; a auditora fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego Patrícia Siqueira; a coordenadora de diretos da pessoa com deficiência da Prefeitura de Belo Horizonte, Maria Cristina Abreu; o secretário de Desenvolvimento Social do Estado de Minas GeraisAndré Quintão.

Para a procuradora do Trabalho Elaine Nassif, o objetivo do evento foi atingido. Queríamos sensibilizar os diversos atores sociais para a causa da inclusão e ouvimos isso deles: "Saio daqui hoje com maior entusiasmo para cumprir e superar. Levo uma grande motivação em função dos depoimentos", disse emocionado um representante de empresa.

 

Veja a cobertura fotográfica do evento.
O vídeo do evento será disponibilizado em breve.

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