Mais de 100 trabalhadores estavam em condição degradante

quinta-feira, 25 agosto 2011,12:59

Divinópolis/MG – Cerca de 60 trabalhadores da construção civil foram encontrados em condições degradantes na cidade de Divinópolis e resgatados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Ministério Público do Trabalho (MPT), em operação conjunta. Eles foram contratados pela empresa Copermil Construtora Ltda. para trabalhar na construção de 498 casas do programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal.

Na terça feira, 23, após denúncia feita por um grupo de oito trabalhadores que foram aliciados no norte de Minas, a Gerência Regional do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho fizeram inspeção nos alojamentos e confirmaram as más condições denunciadas. Houve nova fiscalização da equipe no dia 24 de agosto, para verificar o cumprimento de obrigações assumidas pela empresa, especialmente para retirar os trabalhadores oriundos do norte de Minas dos alojamentos precários, bem como para colher mais provas para a instrução do procedimento em curso.

“Dos nove alojamentos fiscalizados, quatro estavam sem condição de uso, por falta de água potável, camas e colchões adequados, armários, sanitários em boas condições, além de diversas infrações às Normas Regulamentadoras do MTE, e foram interditados, os demais precisam de adequações. Foram encontrados também trabalhadores realizando refeições em condições precárias, explica o procurador do Trabalho Sérgio Alencar.

Os trabalhadores foram aliciados na cidade de Rio Pardo no Norte de Minas e chegaram a Divinópolis nos meses de julho e agosto, tendo sido alojados nas garagens e quartos de um motel abandonado. Eles resolveram procurar a fiscalização do Trabalho após terem sido vítimas de furto, quando foram levadas roupas, celulares e dinheiro deles que estavam nos alojamentos.

Valdinei Ribeiro Prates e Gilberto dos Santos Rocha contam que foram aliciados na cidade de Rio Pardo no Norte de Minas e chegaram a Divinópolis no dia 14 de agosto: “Fomos levados a um motel abandonado onde já havia trabalhadores. Como todos os quartos estavam ocupados, improvisamos camas de madeira na garagem.”

“Como a empresa não possui alojamento e refeitório suficiente para abrigar todos os seus trabalhadores, foi necessário que ela fizesse a rescisão dos contratos de cerca de 60 pessoas e pagar as despesas de volta para casa. Ontem todos eles receberam suas verbas rescisórias, em dinheiro, e aqueles que foram furtados receberam também indenização pelo prejuízos havidos em razão do furto de seus pertences”. Cada trabalhador recebeu em média de R$ 1 mil a R$ 2 mil.

O acerto foi feito na tarde desta quarta feira, 24, e cerca de 60 trabalhadores retornaram nesta mesma data, às 19h10min., para suas cidades de origem, escoltados pela Polícia Rodoviária, a fim de evitar furtos no caminho.

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