Memória: 70 anos é tempo de…
Resgatar memórias: Rodolfo Tavares Cabral
Eu entrei em 1949, com 18 anos e saí aposentado aos 60. Depois fiquei de 84 a 93 no cargo de secretário regional, pelo regime da CLT. Naquela época, a Procuradoria ocupava duas salinhas do TRT, na rua Tupinambás, onde hoje é loja Americana, em frente ao Café Palhares. Em 1949 as máquinas eram peças de museu. O material também era muito precário. Não tinha verba. Mesmo mais tarde, para mandar o servente buscar um processo, eu tinha que dar dinheiro do meu bolso para a condução. O mesmo valia para despesas com xerox.
Logo que entrei fui nomeado mensageiro para levar processos na Delegacia Fiscal do Tesouro, hoje é Receita Federal e nas casas dos dois únicos procuradores. Naquela época eram dois ou três processos. No meu primeiro dia já comecei a datilografar pareceres. E acabei acumulando as duas funções. Fiz concurso e passei a ser auxiliar de portaria, depois auxiliar de Procuradoria. Fiz mais concursos e me tornei oficial de Procuradoria, depois substituto de secretário regional e depois secretário regional. Aí, eu não saí mais! Fiquei toda a vida, até 93, na gestão do procurador Antônio Carlos Penzin.
Gastei a perna de tanto andar levando processos, pois naquela época não havia carro e motorista. Gastou a cabeça do fêmur, onde hoje tenho uma prótese. Mas em todos os casos, 78 anos de uso, está bom, né? Joguei futebol, nadei, dirigi a vida toda. Sou americano e sou incansável!Trabalhei demais e procurei ajudar todo mundo, desde procurador até funcionário. Então, eu sou feliz!Em 1966, a procuradoria saiu da Tupinanbás para uma sala, que ocupava a metade do 10º andar do Edifício Minas Gerais. O procurador chefe à época Custódio Alberto Lustosa é que conseguiu a verba junto com a Carmem Margarida Gomes Carneiro, que era a secretária regional. Ficamos lá por 26 anos. Em setembro de 1992, na gestão do procurador chefe Antônio Carlos Penzin, mudamos para o 7º andar do edifício Acaiaca.