Segurança no transporte de cana de açúcar é alvo de investigação do MPT

segunda-feira, 12 setembro 2011,12:59

Ministério Público do Trabalho vai investigar 15 usinas de cana de açúcar e de álcool do Triângulo Mineiro

Foto: TV Integração - Uberlândia

Uberlândia – 15 representações abertas contra usinas de açúcar e de álcool que atuam no Triângulo Mineiro. Esse foi o resultado da reunião promovida pelo Ministério Público do Trabalho, no dia 5 de setembro,  sobre o excesso de carga no transporte de cana de açúcar e as consequências para trabalhadores e usuários de rodovias brasileiras.

Cerca de 30 pessoas, entre representantes do Estado, do Departamento de Estradas e Rodagens(DER), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), das Polícias Rodoviária Federal e Militar,  do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), de sindicatos e de empresas discutiram a situação. Na média, o excesso de carga na região chega a 35%.

De acordo com o procurador Eliaquim Queiroz, que convocou a reunião, a investigação do MPT vai abordar a segurança no trabalho dos motoristas com excesso de carga. “A reunião reafirmou a gravidade da conduta das empresas e seus efeitos em termos de aumento da exposição dos trabalhadores aos riscos, bem como a necessidade de uma atuação articulada em face de todas as empresas do setor, pois a prática ilícita é padrão no setor, seja pelas constatações já existentes, pela similaridade das tecnologias e equipamentos usados e pela manifestação agrupada das empresas por seu sindicato”,  explicou Eliaquim.

Leia também: Excesso de carga será tema de reunião no MPT

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Cutrale é alvo de ação judicial por não fornecer alojamento digno

segunda-feira, 29 agosto 2011,12:59

Operação resultou na emissão de 206 autos de infração e na interdição de 5 ônibus utilizados para o transporte dos trabalhadores

Uberlândia – A empresa Sucocítrico Cutrale Ltda, uma das maiores produtoras de suco de laranja do Brasil, foi alvo de ação judicial do Ministério Público do Trabalho por não fornecer alojamento adequado a trabalhadores.

No período de 8 a 19 de agosto, foram encontrados 103 trabalhadores em alojamentos inadequados, durante operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal.

Foram fiscalizadas frentes de trabalho de sete fazendas produtoras de laranja, nas cidades mineiras de Frutal e Comendador Gomes, além de diversos alojamentos. A maioria das irregularidades estavam presentes em todas as lavouras: ausência de local adequado e recipiente para refeições, sanitários e fornecimento/reposição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), não fornecimento de água potável e manuseio inadequado de agrotóxico.

“Os alojamentos foram classificados como insalubres, sem um padrão mínimo para a dignidade da pessoa humana e com enorme risco à saúde e segurança dos mesmos”, relatou um dos procuradores que participou da operação, Eliaquim Queiroz.

Segundo Eliaquim “também ficou constatado que a empresa utiliza o perverso sistema de contratação por meio de “gatos”, que consiste em aliciar trabalhadores em outros estados para a colheita da laranja em Frutal”. Foram encontrados trabalhadores de outros municípios mineiros e de outros Estados do país, como Maranhão, Bahia e Pernambuco.

Soma-se ao rol de irregularidades a terceirização ilícita do carregamento da produção, a não concessão de repouso semanal remunerado, pausas e intervalos durante a jornada.

Cinco ônibus, utilizados para transporte dos trabalhadores até a lavoura, foram interditados pelo MTE por estarem inadequados para o transporte e 206 autos de infração foram lavrados.

Entenda o caso – ainda durante a operação, após detectadas as irregularidades, no dia 12 de agosto, a empresa firmou um Termo de Ajustamento de conduta perante o MPT se comprometendo a adequar no prazo de quatro dias os alojamentos que estavam com problemas em instalações elétricas e sanitárias, locais para refeição, camas e colchões, seguindo padrões da Norma Regulamentadora 31 do MTE.

Cinco dias após a assinatura do compromisso, no dia 18 de agosto, a ação foi ajuizada, após a confirmação de que os trabalhadores continuavam na mesma situação.

A Ação de Execução de Obrigação de Fazer ajuizada pelo MPT pede a condenação da Cutrale às obrigações de oferecer alojamentos adequados à n NR 31, ainda que seja necessário colocá-los em hotéis, e nesse caso, se responsabilize por todas as refeições do dia, sob pena de multa diária de R$2 mil reais por trabalhador. Aguarda-se a decisão da Vara do Trabalho de Frutal determinando à empresa o cumprimento da obrigação.

Frentes de trabalho fiscalizadas: fazendas Vale Verde, Vale Azul, Portal de Minas, Santa Rita, Rio Verde, Novo Mundo e Santa Terezinha – , todas localizadas nas regiões de Comendador Gomes, Frutal e Prata, no Triângulo Mineiro.

Participaram da operação oito auditores fiscais do Trabalho, quatro agentes da Polícia federal e os procuradores do Trabalho Eliaquim Queiroz, Alesandro Beraldo e Paulo Veloso.

Além da ação ajuizada para sanar de imediato o problema dos alojamentos, as demais irregularidades apuradas durante a fiscalização serão alvo das ações pertinentes pela unidade do MPT em Uberlândia.

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MPT resgata em Araguari trabalhadores aliciados no Ceará

O empregador foi acionado judicialmente para pagar os salários em atraso e outras verbas. Os trabalhadores voltaram nesta terça-feira para suas cidades de origem

PTM Uberlândia – Na tarde desta terça-feira, 5, retornaram para o Ceará 14 trabalhadores encontrados em situação degrandante, na cidade de Araguari, triângulo mineiro. Eles foram aliciados nas cidades de Barro e Aurora para trabalhar em lavoura de tomate.

Quando chegaram na fazenda o empregador fez apenas um contrato verbal de parceria. Na prática, desde setembro de 2009 todos recebiam apenas R$ 50,00 mensais. O restante do salário R$ 325,00 era retido pelo empregador para pagar a alimentação.

Os próprios trabalhadores fizeram a denúncia na Gerência Regional do Trabalho. Em inspeção em meados de dezembro o Ministério Público do Trabalho propôs ao empregador um acordo para pagamento administrativo dos débitos trabalhistas, porém o empregador não concordou.De acordo com o procurador que atuou no caso, Fábio Lopes Fernandes, após a denúncia feita pelos trabalhadores, o empregador suspendeu o fornecimento de comida e o pagamento de R$ 50,00. Links relacionados – Globo Rural: Leia o textoAssista o vídeo

No dia 30 de dezembro o Ministério Público do Trabalho ajuizou ação civil coletiva pedindo a condenação dos réus, Pedro Eustáquio Pelegrini e Maria Souza Carvalho a pagarem os direitos trabalhistas dos 14 empregados e a custear o retorno deles às suas cidades de origem. Foi pedida também a indisponibilidade dos bens do casal para garantir a quitação da dívida. A Justiça do Trabalho já deferiu os pedidos em caráter liminar.

Nesta terça-feira (5), por volta das 17 horas, os trabalhadores embarcaram de volta para o Ceará. A previsão é que cheguem na quinta-feira à noite em suas cidades de origem. Eles foram em uma Van alugada pelo empregador e receberam R$ 100,00 para as despesas de retorno.

O ação continua em andamento na Justiça para assegurar a quitação de salários e outras verbas devidas aos trabalhadores.

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