Acidente com motociclistas é uma questão social

sexta-feira, 12 julho 2013,11:28

Questões econômicas, sociais e culturais estão por trás dos acidentes com motos; remuneração por produção é um dos fatores que contribuem para o aumento das estatísticas

As consequências sociais e os impactos econômicos de acidentes envolvendo motociclistas foram assuntos da audiência pública, realizada nesta quinta-feira, 11, no Ministério Público do Trabalho em Belo Horizonte. Especialistas em mobilidade urbana, representantes de instituições de saúde da capital, de empresas e entidades ligadas à profissão de motociclistas apresentaram múltiplas visões do tema. Cerca de 40 pessoas participaram da audiência.

Para procurador do Trabalho, Antônio Carlos de Oliveira, presidente da mesa, “a remuneração por produção instiga o profissional a prolongar a jornada e a imprimir ritmo acelerado na locomoção, uma mistura perigosa que pode terminar em acidentes graves ou fatais. ”

A cobrança por produtividade também preocupa o médico e auditor fiscal do Trabalho, Mario Parreiras: “É uma variável que está presente em todos os casos de acidentes de trabalho”. Para o médico, o aumento dos índices de doenças ocupacionais de cunho psicológico como o estresse e a depressão, também está relacionado com a presença desse fator.

Além do fator econômico, que associa o prazo curto de entrega à maior lucratividade das empresas, fatores sociais e culturais também foram lembrados. Para o pesquisador da Fundacentro, Eugenio Pacelli, os acidentes com motos não devem ser vistos de forma isolada, uma vez que os governos e a sociedade como um todo são responsáveis pela infraestrutura precária e pela falta de educação no trânsito.

Campanhas educativas voltadas para o estímulo à prevenção foram destacadas pela representante da secretaria municipal de saúde e superintendente do Hospital Municipal Odilon Behrens, Patrícia Martins, como indispensáveis para reduzir a violência no trânsito: “Melhorar vias não tem impacto sem a promoção da educação no trânsito”.

Antonio Carlos Pereira encerrou a audiência chamando as empresas ao cumprimento da legislação vigente. Ele propôs um termo de ajustamento de conduta fundamentado especialmente na Lei nº 12.009/2009, importante marco na regulamentação do ofício dos motofretistas, e na Lei nº 12 436/2011, que proíbe as empresas de estabelecer práticas para estimular o aumento da velocidade de entrega.

Dados preocupantes:

Só no primeiro semestre deste ano, o Hospital João XXIII, registrou mais de 3500 atendimentos a motociclistas acidentados, uma média de 20 por dia. “Infelizmente, não existe estatística que englobe exclusivamente acidentes com motociclistas profissionais, mas estima-se que este número esteja entre 15 a 25% dos acidentes com moto”, salientou Eugênio Pacelli.

O pesquisador, que analisa dados do Samu e da Polícia Militar do estado, de 2007 a 2011, constatou 226 mortes no período, sendo as Avenidas Cristiano Machado, Amazonas, Pedro II, Tereza Cristina e Vilarinho as que possuem mais ocorrências.

Outro dado preocupante é a informalidade. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas e Ciclistas de Minas Gerais, Rogério dos Santos Lara, cerca de 30 mil profissionais estão em atividade na capital mineira. Por outro lado, existem apenas 3.160 motofretistas licenciados, segundo dados da Gerência de Coordenação de Trânsito do Órgão, conforme regulamenta a Lei Municipal n. 10.220/2011. “A informalidade potencializa a precarização das condições de trabalho, levando a acidentes, danos físicos e custeio pelo sistema de saúde pública”, enfatizou o presidente.

O alto índice de acidentes com motociclistas também onera a saúde pública, com gastos que incidem sob o tempo de internação, tratamento e verbas que remuneram o tempo de afastamento ou aposentadoria, como a Previdência Social.

 

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Campanha contra trabalho infantil é intensificada em BH

quinta-feira, 11 julho 2013,13:45

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Os anúncios serão veiculados em ônibus, jornal e TV

A campanha educativa contra o trabalho infantil nas ruas, produzida pelo Ministério Público do Trabalho, será veiculada em 50 ônibus, TV e jornal de Belo Horizonte, de julho a outubro, com verbas de multas relativas a procedimentos conduzidos pelos procuradores Luciana Coutinho e Geraldo Emediato de Souza.

O procurador do Trabalho Geraldo Emediato de Souza destinou R$ 150 mil para o custeio de três anúncios de uma página no jornal Hoje em Dia e cinco inserções de 30 segundos na Rede Record, durante o programa Balanço Geral. O acordo no caso da Ediminas foi assinado esta semana e os anúncios serão veiculados nas edições de 21 de julho, 03 e 14 de agosto. Na TV Record a campanha será exibida nos dias 19 e 23 de julho e 1º, 07 e 13 de agosto.

Cinquenta ônibus que circulam por Belo Horizonte vão exibir os quatro anúncios da campanha, no período de julho a outubro. O acordo, homologado hoje pela Justiça do Trabalho, foi proposto pela procuradora Luciana Coutinho à empresa Viação Santa Edwiges Ltda. Serão destinados R$ 35 mil para produção e veiculação dos anúncios em 20 ônibus de Belo Horizonte, por um mês. Uma parte desta verba também será usada para produzir anúncios para outros 30 ônibus que serão veiculados sem custo, com o apoio da BHTrans.

Os anúncios em TV, jornal e ônibus vão reforçar a divulgação que já vem sendo feita em rádios de Belo Horizonte e interior, desde o mês de junho, em atendimento a pedidos de apoio apresentados pela Assessoria de Comunicação da Regional. Cerca de 15 emissoras da capital e interior estão veiculando os três spots da campanha.

 

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MPT recebe motociclistas para debater condições de trabalho

quarta-feira, 10 julho 2013,9:15

Órgãos e entidades ligados à profissão de motociclista, à mobilidade urbana, à saúde, à segurança pública e empresas que prestam serviço delivery, em Minas, foram convidados a participar do encontro

Nesta quinta-feira, 11, o Ministério Público do Trabalho vai realizar uma audiência pública sobre o tema “A remuneração por produção e o elevado número de acidentes envolvendo os motociclistas profissionais”. A audiência será no auditório da Sede do MPT, localizado na Rua Bernardo Guimarães, 1615, Funcionários, das 9 às 12 horas. São esperadas cerca de 100 pessoas.

“Sabe-se que as estratégias de estímulo à produtividade provocam aceleração no ritmo de trabalho e pressão temporal. Vinculam, necessariamente, os ganhos de produção à intensificação ou aumento de carga de trabalho, causando estresse físico e emocional, além de doenças ocupacionais”, destaca o procurador do Trabalho, Antonio Carlos Pereira, responsável pela audiência. Só no primeiro semestre deste ano, o Hospital João XXIII, registrou mais de 3500 atendimentos a motociclistas acidentados, uma média de 20 por dia.

Na ocasião, o procurador vai abordar as disposições da Lei nº 12.009/2009, importante marco na regulamentação do ofício dos motofretistas, e da Lei nº 12 436/2011, que proíbe as empresas de estabelecer práticas para estimular o aumento da velocidade de entrega. Eugênio Pacelli, pesquisador da Fundacentro também fará exposições no encontro.

Em Belo Horizonte a atividade de motofrete e de motoentrega está regulamentada pela Lei Municipal n. 10.220/2011, que condiciona o exercício da profissão a uma licença concedida pela BHTrans. Atualmente, existem 3160 motofretistas licenciados, segundo dados da Gerência de Coordenação de Trânsito do Órgão.

 

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Supermercado vai adequar meio ambiente

terça-feira, 9 julho 2013,12:36

Assinou termo de ajustamento de conduta (TAC) perante o Ministério Público do Trabalho, o Supermercado Arrastão Ltda, que possui loja em Ibirité. O estabelecimento foi denunciado por manter equipamentos cortantes sem proteção, por não fornecer equipamentos de proteção individual e por manter empregados sem carteira assinada.

O TAC, proposto pela procuradora do Trabalho Lutiana Nacur, contém cinco cláusulas que reúnem obrigações de fazer voltadas para a adequação do meio ambiente de trabalho. O supermercado tem 60 dias para implementar programas como PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Para proteger serra, moedor e fatiador de frios o prazo é de 36 meses.

Equipamentos de proteção individual devem ser disponibilizados aos empregados em 60 dias, seguido do devido treinamento para uso. A multa em caso de descumprimento é de R$ 1 mil por descumprimento e por empregado prejudicado.

Nº do Processo: IC – 1324.2012.03.000/3

 

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Secretaria é acionada por manter ambiente de trabalho inadequado

terça-feira, 9 julho 2013,9:34

Montes Claros – A Superintendência Regional de Ensino de Montes Claros foi acionada na Justiça após não manifestar interesse em firmar acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), para sanar irregularidades referentes ao meio ambiente de trabalho. Segundo o relatório de inspeção, a iluminação, a temperatura e o mobiliário do local onde o Órgão está instalado, descumprem normas relativas à ergonomia e à segurança, com mesas e cadeiras sem regulagem de altura, falta de refrigeração nos ambientes, iluminação deficiente, entre outras.

“Desde o recebimento da denúncia, o MPT tem procurado uma forma de fazer com que o Órgão adeque a sua conduta ao estipulado em lei, mas a Superintendência insiste em persistir nas irregularidades, colocando em risco a saúde e a segurança de diversos trabalhadores”, ressalta a procuradora do Trabalho, Renata Stehling, que ajuizou a ação com pedido de antecipação dos efeitos de tutela.

O requerimento das adequações imediatas das irregularidades engloba a adoção de medidas que obedeçam às normas de segurança e medicina do trabalho, além de estipular o limite máximo de cinco horas diárias de trabalho para os funcionários que exercem atividades de entrada de dados, ou seja, que trabalham com digitação. O pedido aguarda liminar da Justiça e caso seja deferido, o Órgão pagará multa diária de R$ 500,00, por eventual descumprimento.

“As ilegalidades encontradas exigem uma ação eficaz e imediata, até que transite a decisão a ser julgada pela Justiça, de modo a assegurar os direitos sociais e fundamentais mínimos dos trabalhadores”, completa a procuradora. A ação requer ainda a condenação da Superintendência Regional de Ensino em R$ 200 mil, por danos morais coletivos, que serão revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

 

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