Unimed é alvo de ação do Ministério Público do Trabalho

quinta-feira, 8 agosto 2013,12:21

A Unimed Governador Valadares é alvo de ação judicial do Ministério Público do Trabalho (MPT), por fraude na contratação de técnicos em radiologia. Também é ré na ação, ajuizada nesta quarta-feira (7), a empresa Tecno-Rad Serviços Radiológicos, que fornece a mão de obra para o Pronto Atendimento da Unimed, nos últimos 14 anos.

Em tese cada técnico era um sócio da Técno-Rad. Na prática, o que o MPT apurou foi que estes trabalhadores exerciam suas tarefas com equipamentos, insumos, estrutura e nos estabelecimentos da Unimed. Não havia prestação de serviço e, sim, uma fraude para encobrir o mero fornecimento de mão de obra. Os trabalhadores, ao longo dos anos, foram alijados das garantias mínimas, inclusive de segurança, que um contrato formal de trabalho oferece. Os depoimentos colhidos revelam aspectos da fraude: “Não possuo poder de mando ou de influência nas decisões administrativas da Tecno-Rad (W.R); “Não me considero sócio” (C.P); “Nunca usufrui férias em 14 anos” (W.J); “Quando a pessoa é admitida na sociedade tem que assinar uma procuração outorgando poderes de administração” (T.R).

Para cessar rapidamente a exploração fraudulenta dos trabalhadores, o MPT pede que a Justiça antecipe os efeitos da decisão e determine que a Unimed suspenda, em um prazo de 15 dias contados decisão judicial, a prática de manter técnicos de radiologia contratados por intermédio de empresa interposta.

Entre as condenações pedidas pelo procurador Jefferson Maciel Rodrigues estão o pagamento de indenização por dano moral coletivo, no valor de R$ 2 milhões e a condenação da Unimed à obrigação de custear, integralmente e de forma vitalícia, seguro saúde para cada técnico em radiologia contratado por intermédio da Tecno-Rad, desde a sua criação, há 14 anos.

“A obrigação do seguro saúde é imprescindível, para transferirmos à Unimed, ainda que parcialmente, a responsabilidade por eventual doença futura que esses trabalhadores venham a apresentar, em consequência de sua conduta fraudulenta. Os trabalhadores, à medida que foram alijados dos preceitos tutelares mínimos da relação de trabalho – exames médicos, jornadas reduzidas, cobrança do uso de EPI etc e, lado outro, operam equipamento notadamente danoso à saúde (radiação), estão sujeitos a futuras doenças”, ressaltou o procurador Jefferson Rodrigues.

A ação pede ainda que a Unimed se abstenha de contratar profissionais por intermédio de empresa interposta e que seja determinada a dissolução da pessoa jurídica Tecno-Rad que, na prática, revelou-se uma associação cujo objeto é ilícito, tal seja fornecer mão de obra fora dos parâmetros permissivos e, portanto, tratar o trabalho humano como uma mera mercadoria, violando preceitos básicos e previsto na Constituição Federal e em Declaração da Organização Internacional do Trabalho.

Segundo Jefferson Rodrigues, os prejuízos desta fraude praticada pela Unimed e a Tecno-Rad, vão além dos danos trabalhistas. “O custo com eventuais doenças destes trabalhadores desamparados vai onerar o sistema de saúde pública e previdenciário, em prejuízo a todos que concorrem, com os impostos, para o orçamento público”. O MPT “intensificará a atuação, inclusive judicial, se necessário, em relação a outros investigados, quanto a essa prática delitiva”, concluiu o procurador do Trabalho.

 

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Empresas recebem alerta sobre trabalho escravo na construção civil

quarta-feira, 7 agosto 2013,12:19

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O procurador-chefe do MPT em Minas, Helder Amorim, abriu os trabalhos da audiência na manhã de hoje

Um total de 143 construtoras que operam na região metropolitana de Belo Horizonte foram alertadas  sobre a crescente incidência de trabalho análogo ao de escravo no setor da construção civil, durante duas audiências realizadas ontem e hoje no Ministério Público do Trabalho.

Além de assistirem a palestras de esclarecimento e orientação sobre o tema, as empresas convocadas apresentaram documentação solicitada pela fiscalização do trabalho. Em seguida receberam uma notificação preventiva da Superintendência Regional do Trabalho. O documento elenca as condições necessárias de saúde e segurança que devem ser adotadas em canteiros de obras e alojamentos, conforme prevê a Orientação Normativa nº 18, do Ministério do Trabalho e Emprego.

A Notificação Preventiva foi afixada no livro de inspeção fiscal das empresas

De acordo com o coordenador do Grupo de Combate ao Trabalho Degradante Urbano da SRTE, Marcelo Campos, todas as construtoras com mais de 80 empregados que possuem obras na região metropolitana de Belo Horizonte foram convocadas para as audiências que tem caráter fiscalizatório e orientativo. Essa iniciativa interinstitucional conta com a participação de membros do Ministério Público do Trabalho e do Federal, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria de Estado de Defesa Social.

A procuradora do Trabalho Adriana Souza foi enfática ao ressaltar que a construtora tem responsabilidade civil e trabalhista em relação a todo trabalhador que estiver em seu canteiro de obras, seja contratado diretamente ou terceirizado: “É a sua empresa que ao final afere lucro com a exploração daquele trabalhador, então a responsabilidade ao final será sua”. Segundo Adriana, as audiências de ontem e hoje são alertas de que as instituições estão recrudescendo nesta fiscalização. “Não queremos que o problema trabalhista se transforme em problemas penais e especialmente sociais”, disse a procuradora.

Durante as palestras os empresários foram informados sobre as práticas que caracterizam o trabalho escravo contemporâneo. “Jornada exaustiva, trabalho forçado, trabalho degradante e servidão por dívida são os quatro requisitos atualmente previstos no artigo 149 do Código Penal, que agora nos permite identificar com clareza e punir os que adotam tais práticas”, alertou Marcelo Campos.

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Outro aspecto que tem gerado muitas denúncias em Belo Horizonte é a contratação de trabalhadores em outros estados, que deve obedecer três procedimentos prévios, sem os quais fica caracterizado o crime de tráfico de pessoas: Assinatura do contrato e da carteira de trabalho na cidade de origem e comunicação ao Ministério do Trabalho e Emprego local. A representante da Secretaria de Estado de Defesa Social, Ariane Gontijo, descreveu os três elementos que caracterizam o tráfico de pessoas: a promessa, o meio e a finalidade. “O tráfico de pessoas é tido como um crime de consentimento irrelevante, ou seja, o fato de a vítima dizer que aceitou as condições não isenta o explorador das penas”, salientou Ariane.

Na mesma linha, o procurador regional dos direitos do cidadão (substituto), Helder Magno da Silva, combateu o argumento, sempre levantado, de que o trabalhador já vivia em situação precária. “No processo criminal não nos focamos no que o trabalhador vai dizer. A testemunha principal é o fiscal do trabalho. A Justiça também não tem analisado nessa ótica, ou seja, esse discurso não cola”. Helder Silva citou os diversos crimes que um empregador pode incorrer quando descumpre a legislação do trabalho.

 

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Trabalho escravo na construção civil

terça-feira, 6 agosto 2013,13:49

Setenta e duas construtoras que operam na região metropolitana de Belo Horizonte enviaram representantes para a audiência pública realizada, na manhã desta terça-feira (6), aqui no Ministério Público do Trabalho. Mais de 100 pessoas estiveram presentes.

Seis auditores fiscais do Trabalho conferiram e recolheram a documentação apresentada pela empresas a pedido da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Em seguida, cada representante de empresa recebeu uma notíficação preventiva. O documento orienta sobre a obrigatoriedade do cumprimento de requisitos de saúde de segurança elencados na Norma Regulamentadora nº 18 do Ministério do Trabalho e Emprego.

Para os canteiros de obras são exigidas instalações sanitárias, vestiários, local de refeição e ambulatório. Havendo trabalhadores em alojamento, a empresa também deve oferecer instalações. Tudo em conformidade com a NR18. Nesta quarta-feira, 7, a segunda audiência vai reunir outras empresas do setor.

 

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Hoje: Ubá sedia audiência pública do MPT

quinta-feira, 1 agosto 2013,11:18

Hoje, 02, Ubá vai receber prefeitos, vice-prefeitos e gestores municipais de 15 municípios da Zona da Mata para uma audiência pública promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O encontro será no Plenário da Câmara Municipal de Ubá, localizado na Rua Santa Cruz, 301, Centro, a partir das 8h30.

Serão apresentados seis projetos nacionais do MPT, que abordam a inclusão profissional da pessoa com deficiência, o combate ao trabalho infantil, o combate a calotes na terceirização, a regularização de abatedouros municipais e a capacitação de pessoas vulneráveis ao trabalho escravo. Foram convidadas a participar das atividades cidades com população entre 20 e 100 mil habitantes.

Após as exposições dos projetos, os municípios poderão se manifestar e terão a oportunidade de firmar parceria com o MPT, por meio da assinatura do termo de cooperação técnica. A adesão espontânea fomenta o combate às irregularidades nas relações de trabalho e evita a instauração de inquéritos do Ministério Público do Trabalho para investigar ilicitudes trabalhistas nos municípios.

Quatro procuradores farão as exposições dos temas, sendo três da Sede do MPT em Minas (Elaine Nassif, Geraldo Emediato e Silvia Domingues) e um de Juiz de Fora (Roberto Gomes de Souza). O objetivo é o de ampliar a rede de proteção a trabalhadores nestas cidades, por meio da cooperação estabelecida com os municípios, que se comprometem com a implantação das políticas públicas na região.

Conheça os projetos que serão apresentados:

Projeto MPT na Escola: O Ministério Público do Trabalho distribui material didático e capacita professores para abordar em sala de aula questões como combate ao trabalho infantil e outras atuações do MPT.

Projeto Inclusão Legal: visa a fomentar a capacitação e a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitadas no mercado de trabalho. Importante ressaltar que o benefício da prestação continuada não é cancelado quando a pessoa com deficiência consegue uma colocação profissional. Ele é apenas suspenso e volta a ser pago em caso de desemprego.

Projeto Terceirização sem Calote: o Ministério Público do Trabalho orienta as administrações municipais a lidar com contratos de terceirização de modo a evitar contratos ilícitos e prejuízos para a classe trabalhadora em caso de inadimplemento e falência de prestadoras de serviços.

Projeto de adequação das condições de trabalho em frigoríficos: O MPT vai orientar municípios a regularizar condições de saúde e higiene em abatedouros municipais, bem como a formalizar contratos de trabalho.

Projeto Carga Pesada: orientações para o município municiar o MPT de informações sobre ocorrência de trabalhadores na movimentação de carga no município sem formalização de contrato de trabalho.

Projeto Resgatando a Cidadania: Voltado para a capacitação de pessoas vulneráveis ao trabalho escravo.

 

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Audiência em Caratinga prevê 58 implementações no Vale do Aço

quarta-feira, 31 julho 2013,11:18

Todos os municípios presentes assinaram termos de cooperação técnica com o MPT para a implantação dos projetos MPT na Escola e Inclusão Legal

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Cerca de 40 gestores municipais compareceram à audiência pública promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em Caratinga (MG), nesta terça-feira, 30. Todos os treze municípios presentes assinaram termos de cooperação técnica com o MPT, o que deverá resultar em 58 implementações de politicas públicas e sociais nos próximos meses.O projeto MPT na Escola, que prevê a capacitação de educadores para debater a temática trabalho infantil com as crianças e seus familiares, teve 100% de adesão e, os municípios poderão indicar dois representantes para participar de uma capacitação no MPT em Belo Horizonte, prevista para setembro deste ano.

Todos os municípios presentes também aderiram ao projeto Inclusão Legal e se comprometeram a identificar as pessoas com deficiência e o grau do problema, para remeter ao Sistema Nacional de Emprego, às entidades do sistema S (Sesi, SESC, Senac e Senai) e ao MPT. “O objetivo é utilizar essas informações para promover a capacitação de pessoas com deficiência e a sua inserção no mercado de trabalho”, ressaltou a procuradora do Trabalho Silvia Bernardes Rossi, que apresentou o projeto.

Para o vice-prefeito de Conselheiro Pena, Geraldo Lopes Amaral Junior, os projetos do MPT incentivam a busca por melhorias nos municípios, uma vez que apresentam alternativas para tratar os problemas enfrentados em cada região. A secretária de Ação Social de Caratinga, Lívia Fernandes, também ressaltou a importância dos projetos nacionais. “É uma iniciativa louvável, que deve andar de mãos dadas com as prefeituras, para que nós, com o apoio do MPT possamos garantir condições adequadas aos nossos trabalhadores”, disse ela, ao entregar assinado o termo de cooperação, no qual se compromete a implementar os seis projetos apresentados.

A região do Vale do Aço também contará com a parceria do MPT para implantar projetos que combatem o trabalho degradante ou escravo, a terceirização na atividade-fim e as condições de trabalho degradantes em frigoríficos e no processo de carga e descarga de mercadorias. “Os termos de cooperação nos ajudam a estreitar os laços com os municípios e a ampliar a rede de proteção a trabalhadores”, destacou o procurador do Trabalho Geraldo Emediato.

Esta foi a quinta audiência pública do MPT, para apresentar os projetos nacionais da instituição nos municípios de Minas Gerais, com populações de 20 a 100 mil habitantes e, já resultou em 239 implementações previstas nos municípios do Triângulo Mineiro, Norte e Sul de Minas e Vale do Aço.

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